Detalhes da História

O Montanhismo no Brasil

por: Manoel de Souza Lordeiro foi coordenador do Programa de Preservação da Memória do Montanhismo Brasileiro - PREMON, e membro do Instituto Histórico de
Algumas Manifestações esporádicas ocorreram no século XIX, constando que uma inglesa teria escalado o Pão-de-Açúcar em 1817. Em 1841 é conquistada a Pedra do Sino (2.263m) pelo botânico escocês George Gardner. Diversas tentativas foram feitas para a conquista das Agulhas Negras (2.787m), destacando-se as de José Franklin Massena, em 1858; André Rebouças, em 1878; e Horácio de Carvalho, em 1898, sem lograr êxito, contudo. Em 1879 Joaquim Olímpio de Miranda conquista o Pico Marumbi (1.540m) na Serra da Graciosa, perto de Curitiba. Em 1884 Everard Im Thurn e Harry Perkins atingem o topo do Monte Roraima (2.772m).
 
    O ponto de partida para a fase moderna do montanhismo brasileiro foi a conquista do Dedo de Deus (1.675m), por José Teixeira Guimarães, Raul Carneiro, e os irmãos Acácio, Alexandre e Américo de Oliveira, em 9 de abril de 1912. Em novembro de 1919 fundava-se, no Rio de Janeiro, o Centro Excursionista Brasileiro, primeira agremiação montanhística no Brasil e na América do Sul.
 
    O montanhismo entre nós só ganhou impulso, realmente, a partir da segunda escalada ao Dedo de Deus por Brackmann e Siegel, do CEB, em 1931. Outras agremiações foram surgindo: o Club Excursionista de Petrópolis (1931); o Clube Excursionista de Ramos (1933); o Clube Brasileiro de Excursionismo, atual Centro Excursionista Rio de Janeiro (1939); o Clube Excursionista Carioca (1946) e muitos outros.
 
    Um evento que produziu grande impacto foi a conquista da Agulha do Diabo (2.050m), em 1941, por Giuseppe Toselli, Almy Ulisséa e Roberto Menezes, do CEB. Outra importante conquista foi a do maior dos Três Picos de Friburgo, em 1946, por Sylvio Mendes e Indio do Brasil Luz, do CERJ.
 
    Em 1952 registramos um feito significativo: a conquista do Pico Latorre, na Bolívia, pelos montanhistas Orlando Lacorte, Ricardo Menescal e Marcello Fragelli, do CEC. O fato merece destaque por ter sido a primeira conquista internacional realizada por brasileiros.
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